terça-feira, 14 de maio de 2013

Freeganistas - Tentando viver de graça



           Se freeganismo fosse religião,comprar seria o pecado capital. Freegan vem de free (grátis, livre) - vegan (quem não consome nenhum derivado de ou testado em animais). Adotando estratégias alternativas de vida, eles tentam evitar participação no sistema econômico capitalista: plantar ou resgatar desperdícios em vez de ir ao mercado, consertar em vez de jogar fora, caminhar ou usar bicicleta em vez de ter carro. 


         
        O freeganismo empresta ideais do comunismo e do anarquismo, tem preocupações ambientalistas e uma pitada de filosofia hedonista, e tem como filosofia  de vida procurar comida no lixo. É difícil calcular quantos freegans existem no mundo, porque muitos se organizam em comunidades pequenas. Entre eles há exceções, variações, limitações. Alguns levam a filosofia ao limite e moram em casa invadidas como afirmação de que moradia deveria ser um direito gratuito. Sem ter de pagar aluguel, nem comida, podem deixar de trabalhar e ter o que o freeganismo defende como essencial: tempo para estar com a família e os amigos. Mas há os que compram bens e até carros. Para diminuir o impacto ambiental dão carona e adaptam o motor para receber óleo vegetal. Quem não se sente cômodo para mergulhar numa lixeira pode manter uma horta ou seguir indo ao mercado, mas optando por feiras verdes e produtores comunitários. Existem até os meagans, os que são freegans, mas comem carne, contanto que não pague por ela. 


 

       Procurar comida no lixo é uma afirmação política, mas é, antes de tudo, a superação do nojo. É dessa maneira que eles arranjam comida, procurando no lixo de restaurantes e mercados o que ainda está em condições  de ser consumido. O desperdício é tão grande que daria para acabar com a fome mundial, acreditem! O que essas pessoas fazem, nada mais pe do que o jeito delas de tentar não piorar a situação do nosso planeta, um jeito muito singular de se viver, mas que os deixam com a consciência limpa e a sensação de dever cumprido.



(Texto adaptado da matéria "Dá pra viver de graça", da edição de abril da Revista Super interessante).  







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